A Importância da Saúde Mental da Mulher na Saúde Pública
A saúde mental das mulheres tem ganhado cada vez mais destaque na saúde pública, reconhecendo-se sua relevância tanto para o bem-estar individual quanto para o equilíbrio da sociedade como um todo. Dados apontam que as mulheres são mais suscetíveis a transtornos mentais como depressão, ansiedade e síndrome do pânico do que os homens, e que as causas estão diretamente relacionadas às questões de gênero, desigualdade e sobrecarga de papéis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres têm 50% mais chance de desenvolver depressão ao longo da vida em comparação aos homens.
Fatores que impactam a saúde mental da mulher
A saúde mental feminina é influenciada por uma série de fatores sociais, biológicos e psicológicos. Entre os principais fatores que agravam esse quadro estão:
Sobrecarga de papéis: As mulheres muitas vezes acumulam papéis sociais que envolvem cuidados com a família, responsabilidades profissionais e gestão do lar, o que pode gerar estresse crônico e afetar sua saúde mental.
Violência de gênero: Mulheres que sofrem ou sofreram violência física, emocional ou sexual estão em maior risco de desenvolver problemas mentais. O Brasil, por exemplo, é um dos países com os maiores índices de violência doméstica, o que afeta gravemente a saúde mental feminina.
Disparidades socioeconômicas: A desigualdade de acesso a emprego, salários e oportunidades também contribui para níveis elevados de estresse, ansiedade e depressão.
Ciclo reprodutivo: Fatores como gravidez, puerpério e menopausa, além de condições como a depressão pós-parto, afetam diretamente o bem-estar psicológico das mulheres. De acordo com dados da OMS, cerca de 10% das gestantes e 13% das mulheres no período pós-parto sofrem de algum transtorno mental, a maioria delas com sintomas de depressão.
O papel da saúde pública
A saúde pública desempenha um papel fundamental na promoção e proteção da saúde mental feminina, pois oferece serviços acessíveis e integrais, levando em conta as necessidades específicas das mulheres. O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil tem implementado políticas para melhorar o atendimento à saúde mental, como a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, que reconhece a importância de integrar o cuidado mental ao atendimento geral à saúde da mulher.
Dados e estatísticas
Os dados refletem a urgência em tratar a questão da saúde mental feminina:
- A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que, durante a pandemia de Covid-19, 40,5% das mulheres relataram sentir nervosismo, ansiedade ou tensão em comparação a 28,4% dos homens.
- Em 2019, uma pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revelou que 19,3% das mulheres relataram diagnóstico de depressão, contra 10,6% dos homens.
Esses números mostram a importância de criar e fortalecer políticas públicas que considerem as especificidades do universo feminino no tratamento da saúde mental.
Ações preventivas e promoção do bem-estar
Investir em políticas preventivas que reduzam as causas do estresse e da ansiedade é essencial. Entre as ações que podem ser implementadas estão:
- Apoio psicológico especializado no SUS para mulheres em situação de vulnerabilidade, incluindo aquelas que enfrentam violência doméstica.
- Educação e conscientização sobre a importância da saúde mental em todas as fases da vida, incluindo cuidados no período pós-parto.
- Treinamento de profissionais de saúde para reconhecer e tratar os transtornos mentais mais comuns entre as mulheres de forma eficiente.
Conclusão
A saúde mental das mulheres deve ser uma prioridade nas políticas de saúde pública, considerando suas particularidades e os fatores de risco que as tornam mais vulneráveis a transtornos psicológicos. Investir em cuidados preventivos e em uma abordagem integral que leve em conta os diversos aspectos da vida feminina é essencial para promover o bem-estar mental e a saúde geral das mulheres no Brasil e no mundo.
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